
Ulisses já não podia suportar por mais tempo o ambiente dos infernos, e então saiu da gruta e dirigiu-se para a praia. fez um sinal aos marinheiros e o navio aproximou-se.
Andaram, por sobre as ondas dias e dias.
Aproximava-se o mar das sereias.
Uma tarde os marinheiros pararam de remar, e o navio ficou ali no mar a baloiçar. Ulisse admirou-se:
-O que aconteceu!
Os companheiros responderam-lhe:
-Ulisses, vamoos agora entrar no mar das sereias. Não te lembras do que Circe nos recomendou? Temos de colocar cera nos ouvidos, senão morremos todos!
-Cera nos ouvidos,eu??!Só se fosse doido!Eu não ponho cera nenhuma.Quero ouvir o canto das sereias.
-Não sejas louco,Ulisses!Vais morrer atraido por elas.Sabes bem como se sentem sós no fundo do mar,no meio da escuridão,e como precisão da companhia de quem por estas paragens passa...
Assim o avisaram aflitos com a sua teimosia.
-Já vos disse que quero ouvi-las. Mas se temeis que eu não consigua resistir-lhes, então atei-me bem com cordas muito fortes ao mastro principal do navio, e assim,mesmo queeu queira ir ter com elas, não serei capaz de o fazer... recomeçaram a remar.
ODe súbito, um suavissimo canto se levou nos ares vindo do brilho das águas do mar, e logo e outro, e muitas vezes maravilhosas, chorando e cantando o envolveram.
-Ulisses- percebeu ele nitidamente.
-Quem me chama?- gritou ele.
-Ulisses, sou eu Penélope a tua mulher, e estou aqui prisioneira das sereias...
-tu aqui, penélope??
-Vim num navio á tua procura, e as sereias agarram-me! Salva-me, Ulisses!
-Parem, marinheiros!!!-gritava Ulisses.
E torcia-se, tentando libertar-se das cordas com que estava amarrado ao mastro grando. Os marinheiros o ouviam e continuavam a remar.
-Ulisses, não passes junto de min sem me salvar!
E o cantico chorava suavissimo, violentíssimo, vindo de dentro das ondas, dentro das cores, de dentro do vento.
-Parem!!! Seus estúpidos!!!!Parem!Penélope está aqui e tenho de ir salvá-la
Mas os marinheiros não o ouviam, e de costas voltadas para ele, continuavam a remar, a remar.
Então ficaram suspensos, paralisados: Ulisses parecia um velho. Estava cheio de sangue e de suor. O esforço que fizera contra as cordas com que o tinham amarrado provocara por todo o seu corpo visíveis vergões.A Angústia colava-se-lhe à cara.
-Que foi,Ulisses?!
-Não ouviram?Não ouviram nada?
-Mas não ouvimos o quê?
-Ah,meus amigos,foram as sereias,foram elas.
Agora lembro-mede saber que elas imitam as vozes dos humanos para melhor atraír os mortais que por aqui passam...Ah,meus amigos que tortura a minha!
A viagem continuou sempre acidentada.
Um da tiveram de passar entre dois enormes:um era como enorme boca e outro como tremenda mão!
Um engoliu alguns marinheiros e outro esborrachou-os entre os dedos poderosos.
E todos os poucos marinheiros que ainda acompanhavam Ulisses desapareceram entre as ondas revoltas.
Pela primeira vez ele se viu e se soube realmente só.
Único sobrevivente do último naufrágio Ulsses é lançado ás praias de uma ilha que não conhece.Desmais e perde a memoria.
é descoberto por Nausica, a linda filha do rei Alcno e da rainha Arete, que o acolhem na sua corte sem suspeitarem que ele seja o heroi de quem se contam e cantam tantas e tão incriveis facanhas. Agora ele está na Córcira, a terra dos Feácios.
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